27.5.09

As historias, os nomes e os alunos

Lendo meu Reader, achei um texto do Papo de Homem (http://bit.ly/2hGpIl) que me fez rir muito. Não tive dúvida e dividi com o povo lá no twitter (que você pode acompanhar ali do ladinho). Depois de postar comecei a lembrar dos meus tempos de professorinha, quando de vez em quando apareciam uns aluninhos com nomes bem peculiares, como Madeinusa, Magaiver, Deangelis e João Lennon. 

Até deu uma saudadinha desses tempos longínquos, mas o que mais aconteceu mesmo foi relembrar histórias.
Quer uma palhinha? Lá vai:

Estou lá contente dando a minha aula pra uma terceira série, quando fui atender um aluno na classe. Quando encostei no ombro dele, ele deu um pulo e um grito de dor. O moleque tinha levado a maior sova da mãe. Como a orientação da escola era chamar os pais pra conversar antes de recorrer ao Conselho Tutelar, pedi pra ele que viesse acompanhado pela mãe no dia seguinte.
No dia seguinte o menino aparece e a mãe dele também. O diálogo a seguir foi real, ipsis litteris:

- Oi, Fulana. O que houve com o fulaninho que ele está tão machucado?
- Ai, professora, pois é. Bati nele. Exagerei, né?
- Bastante.
- Sabe aqueles dias que a gente fica nervosa? Nossa, eu tava me sentindo uma PANELA DE EXPRESSÃO!

Nesse momento tive um surto "Fantástico Mundo de Bob" e comecei a imaginar a cabeça dela como uma panela cheia de sopa de letrinhas, com letrinhas saltando e formando palavras conforme a sopa ia fervendo.
Não teve jeito! Tive que interromper o desabafo da mãe do meu aluno, dizer que eu tinha que começar a aula, pedi pra que ela tentasse se controlar, dei tchau, esperei ela sair do meu campo de visão e... QUA QUA QUA QUA QUA  QUA!!!!!!

Não deu...




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26.5.09

Quem tem... tem medo!

Quando isto acontece com o Google, me transformo em Regina Duarte: eu tenho medo!



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14.5.09

Diálogo recorrente

Moça branca de olhos verdes arredondados entra no táxi.
- Ni hao!
- Ni hao!
- Eu quero ir para a Rua Nanluogoxiang. 
- Ok

A moça branca está num daqueles dias em que não quer conversar com ninguém. Muito menos em chinês.

- Você é alemã, não é?
- Não, não sou.
- Hmmm... então é da Holanda.
- Não, não sou.
- Americana, certo?

Moça branca pensa: logo hoje, logo hoje ele quer conversar...

- Não, eu sou brasileira
- Brasileira! Tinha certeza

Ahan, claro que tinha
Por favor, não fale de...

- Futebol! O futebol do Brasil é muito bom
- Sim, é muito bom.

Por favor, não fale do...

- Ronaldo! Adoro o Ronaldo! Ele é ótimo jogador!

Ó, Senhor! Tudo de novo! Eu não vou suportar se ele falar do...

- Kaká! Também adoro o Kaká!

- Ahan... Que legal...

Afffffffff

13.5.09

O pesadelo de um e a picada no outro

Eu lembro que quando era mais nova morria de medo de ir ao banheiro à noite. Além de todos os fantasmas e monstros que uma criança pode imaginar, eu tinha ainda outros medos. Tremia as pernas só de pensar na possibilidade de ter um sapo, ou qualquer outro bicho dentro da privada no momento em que eu tivesse fazendo xixi. Quando eu ia pro sítio do meu tio esse medo era multiplicado por 1397. Não, eu nunca vi nenhum tipo de bicho dentro da privada. Não, isso nunca aconteceu comigo de verdade.

Mas ali na vizinha Taiwan, um azarado de 51 anos teve os meus pesadelos transformados em realidade. O tiozão foi faceiro ao banheiro dar uma "aliviada", sentou na privada e levou uma dolorida picada de cobra. 


Como desgraça pouca é bobagem, a cobra mordeu o pênis do cara. 
Agora ele está lá, internado em um hospital esperando o risco de infecção passar. Mas tenho certeza que esse aí vai inspecionar muito bem o banheiro antes de usar.

10.5.09

Becoming Blair Waldorf (NOT)

Depois de hoje, sem chance de virar Blair. Who cares quando se tem máscaras de dormir tão legais como as minhas. Não são podres de chique Upper East Side, mas são tudo de bom! Não acham?

Sou muito mais "Dona Coruja"!

5.5.09

Prazer, Terremoto!

Esse texto foi originalmente publicado no meu outro blog, o Comendo de Palitinho. Achei que seria interessante dividir ele com vocês aqui também.

......................

O tremor deixou mais de 87 mil mortos e desaparecidos

Com a proximidade do dia 12 de maio, as matérias que recontam o horror e que avaliam as consequências do devastador terremoto que sacudiu o sudoeste da China há um ano aumentam. Mais do que normal lembrar. Mais do que necessárias as homenagens aos mais de 87 mil mortos e desaparecidos.
Porém, hoje a agência de notícias do governo chinês divulgou uma notícia que me deixou, digamos, perturbada. Há uma estatística que diz que cerca de 700 bebês nasceram em barracas ou alojamentos temporários após o sismo. E que uma grande parte dos pais quis lembrar o ocorrido de 12 de maio de 2008 no nome dos filhos. Assim como Yang Chao, um jovem de 29 anos, que colocou o nome das filhas gêmeas, nascidas seis semanas após o sismo, de Zhen (震), que significa tremor, para que elas nunca esqueçam do que aconteceu em Sichuan e em que circunstâncias nasceram. Da mesma maneira, muitas pessoas escolheram Chuan (川), lembrando o local do epicentro do terremoto, o distrito de Wenchuan (汶川), onde 20% da população de 100 mil habitantes morreu ou foi considerada desaparecida.
Eu concordo com as homenagens, concordo que certas coisas não devem ser esquecidas, mas batizar um filho com o nome de terremoto? O que tem que ficar disso tudo são as lembranças, as homenagens, mas principalmente a solidariedade do mundo todo naquele momento extremamente doloroso. Lembrar talvez nas cidades, com nomes de ruas, mas estigmatizar os filhos, fazendo com que eles levem isso adiante eu fico meio chocada. Na minha opinião, os filhos deveriam ser batizados com nomes que lembram força, esperança, superação. Porque eles simplesmente eram a vida brotando no meio do caos.

Um ano depois, que seja lembrada a solidariedade

As fotos não são minhas. Na realidade eu nem sei de quem são. Eu peguei em algum lugar no ano passado ainda e na bagunça do computador acabei não registrando os créditos. Sorry!

4.5.09

Becoming Blair Waldorf

Nao gente, nao estou me transformando em um ser manipulador, que joga com as pessoas, que tem tramoias mirabolantes. Nao eh nesse sentido que o titulo deste post aponta.
Sabe a mascara que a Blair usa pra dormir?


Isso deve ser podre de chique lah pras bandas do Upper East Side! Mas aqui pras bandas de Xuan Wu se tornou uma necessidade. E por motivos bem pobres.

Tem coisa melhor que dormir ateh mais tarde? Aquela sonequinha preguicosa, acordar sem hora, sem pressao, sem nada? Tem como fazer isso com o sol batendo no rosto? Nao da, neh? Por isso que comecei a ter minha porcao Blair: a claridade do meu quarto fez com que eu precisasse adotar esse acessorio. Mesmo acordando cedo, nao da pra nao usar. Por enquanto ta amanhecendo entre 5h e 5h30 da manha, mas sei que dentro de um mes ou dois por volta das 4h o galo canta. Nao da, neh?


Mas tem outra coisinha que eu queria da Blair. Nao tem como entregar uma Dorota aqui em casa soh pra mim?? Adoro!!!

3.5.09

Descascando abacaxi

Literalmente.
Adoro o jeito que o povo descasca abacaxi aqui na China. Na real, nao soh aqui, em outros lugares da Asia tambem eh assim.
Mas acho muito bom comprar abacaxi aqui (sao docinhos como os de Terra de Areia, adoro!) e pedir ele descascadinho. Num minuto fica assim:



Ah, vai dizer que nao gostou?

1.5.09

Momentos em que você pode ser salvo por fazer a unha em casa

Por aqui, tanto quanto por aí, tá rolando um feriadão. O que significa que as pessoas estão despreocupadas e podem dormir até mais tarde (para dizer o mínimo).
Foi neste feriado que eu descobri as mil e uma utilidades de fazer a própria unha em casa.
Contrariando as regras, acordei cedo. Fiquei enrolando na cama até ficar plenamente acordada, e isso ainda era cedo. Nada melhor do que acordar cedo de vez em quando, assim, naturalmente, sem a pressão do despertador.
Então tá, hora de levantar, ir ao banheiro, tomar café. Opa! A porta não abre!
A porta do meu quarto nunca é fechada, no máximo encostada. Pois durante a noite, só Mao sabe como, ela se fechou. E quem disse que a maledeta queria abrir?
Foram horas pendurada na maçaneta, que nem tchuns fazia. A minha amiga que mora comigo dormia o sono dos deuses da sinuca e da cerveja. Morando no 19º andar, sair pela janela não é uma alternativa. Bem, na dúvida, improvise!
Resolvi tirar a maçaneta. Foi o único jeito que me ocorreu de destrancar a porta. O problema era ferramenta. Óbvio que eu não tenho uma caixa de ferramentas no quarto, nem uma chavezinha de fenda sequer. E aí que os apetrechos para fazer a unha entram!


Munida de alicate e espátula me atirei na tarefa infeliz de desparafusar a maçaneta. É, até pegar a manha, pode ter certeza de que dá trabalho!

Mas quem tem paciência para fazer a unha em casa de vez quando, tem paciência para desparafusar usando uma espátula e um alicate de unha.
Depois de uns 20 minutos consegui tirar os parafusos e ver como tudo funcionava por dentro. Destravei a porta e adivinha só, ela abriu!!!!! A partir daí foi só correr pro abraço, ou melhor, pro banheiro (sim, eu estava há horas com vontade)!