30.8.10

Pega lá minha bolsa?

Eu sou uma pessoa meio surtada. Meio. Só de vez em quando. Afinal, de perto ninguém é normal e um surtinho não dói. Como eu ia dizendo, eu surto de vez em quando. Quando me ataco adoro comprar (que mulher não gosta, né?). O problema é que eu sempre gostei de comprar bolsas. Acabei maneirando ao longo do tempo por falta de pilas no bolso (ou crédito no banco), mas quando fui parar no paraíso da bolsa barata... deusulivre! O surto vinha uma vez por semana. A coisa atingiu proporções gravíssimas quando, uma vez, eu saí para ajudar uma amiga a comprar presentes para a família dela e voltei para casa com 10 bolsas: 1 maleta/mochila, 1 mochila e outras 8 bolsas das mais variadas cores e tamanhos. A amiga que morava comigo achou que era too much. Aquilo era um sinal. Eu sabia que era bom demais pra ser verdade.

Nessa época fiz coisas de gente viciada mesmo: escondia as sacolas, as compras, tudo que desse algum indício de que eu tinha saído para comprar bolsas novas. Algumas vezes, quando eu me sentia mais culpada, eu comprava alguma bolsa com a desculpa de dar para minha mãe ou irmã (mesmo sabendo que nunca chegaria às mãos delas).

Mas adivinha só: esse surto passou. Voltando para meu salário de jornalista comum latino-americana, os maravilhosos rompantes para comprar bolsas acabaram. Impossível sustentar uma situação destas com o preço das coisas aqui. Deste período eu tenho agora só ótimas lembranças (e um guarda-roupas cheinho de bolsinhas).

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Essa historinha tá ali no Bolsa de Pandora, blog meu e da Rê para falar... sobre tudo, basicamente. Claro, caótico como uma bolsa de mulher. Passa lá de vez em quando! Vocês vão gostar!

27.8.10

Democracy and the hard way

Durante um bom tempo tive a "sorte" de ser convocada para trabalhar em eleições (pra ganhar dinheiro ninguém me acha, mas pra trampar de graça...). Apesar de achar um pé no saco, sempre fui de sangue doce. Em geral, a eleição era a oportunidade de ver boa parte dos meus ex-colegas da Fundação Bradesco, gente que eu encontro só nessas ocasiões mesmo. Por ficar o dia todo na escola por conta da votação, várias vezes saí de lá feliz com estes reencontros.

Na última eleição para prefeito eu não estava aqui. Estava eu no lugar onde estas questões democráticas são mais simples (pela total inexistência). Na China não tem nada disso. A melhor (e única boa) parte: não tem horário eleitoral gratuito.

Se não fosse a convocação para trabalhar naquela eleição para prefeito, eu não teria ido ao Japão visitar o namoradão e passar o aniver dele com ele. Porque a China não tem democracia, mas tem burocracia em dobro. Explico: o Japão é um país chato pra chuchu e pede milhões de coisas para conceder visto para brasileiros, uma delas é uma declaração com data próxima ao pedido que comprove que tu tens emprego ainda onde tu estás e ainda ganha um salário decente (suficientemente decente para não cogitar a possibilidade de imigração). A agência onde eu trabalhava também era chatinha e tinha uma regra: este tipo de declaração só poderia ser dada uma vez por contrato. Como eu já tinha quebrado a regra pegando duas, eles acharam que a terceira era demais.

Já sem saber o que fazer com a minha passagem paga e esbravejando para todas as versões do buda, recebo uma ligação da minha mãe atucanadíssima dizendo que fui convocada para a eleição e que eu deveria justificar com antecedência a minha ausência. Nada melhor que pedir para o meu empregador um atestado dizendo que eu trabalho lá, ganho tanto... Isso mesmo. Pedi o papel de novo, mas sem dizer que o usaria também para ir ao Japão.

Primeiro levei uma meia hora explicando o que é uma eleição, como funciona uma eleição, quem trabalha em eleição no Brasil e como poderia ser um problema diplomático (sic) se eles não me dessem o papel. Tirando a parte em que claramente eu tapeei a chinesa, o negócio é sério. Eu não vivi a ditadura brasileira, mas sei bem que foi horrível. Minha mãe é professora de história e me contou vários episódios, fora tudo o que se estuda, que me lembrei da China, estando lá. É estranha a sensação de não poder escolher, mesmo que muitos não sintam falta justamente por nunca ter experimentado.

Pensando nisso hoje, passou um pouco do ai-que-saco e até ouvi o horário eleitoral. Mas só por hoje.



PS1: Este post bem que poderia vir para também, já que a história tem a ver com aquele país grandão do outro lado do mundo.
PS2: Para outra c0isa me serviu o episódio: desta vez eles não me pegaram para presidente de mesa. Oba!

A louca

Sabe o que eu queria agora? Filminho deitada no sofá comendo pipoca.
Obviamente tou longe de conseguir isto.

24.8.10

Em busca do fio da meada perdido

Eu perdi o fio da meada.
Primeiro eu falava toda a sorte de merdas nesse blog. Cotidiano umbiguístico basicamente. Daí cansei, sabe? Na real, de interessante a vida não tinha nada tão tão que merecesse alguma atenção a mais. Depois virei uma resmungona. Eu tenho um certo mau humor bem humorado (pelo menos acredito que seja assim), mas que quem não conhece deve pensar que é só uma adultinha ranzinza que não tem mais o que fazer. Parei de resmungar e de falar de mim. Na real, meio que parei de falar.

De repente veio a vontade de contar histórias. Minhas histórias, é claro, já que o campinho é meu. Até que o corujando teve uns frequentadores fieis, dispostos a saber o que acontecia com essa coruja aqui. Daí veio a China e as minhas forças foram concentradas todas para comer de palitinho e meio que deixei a casa de lado. Sei lá, parecia que tudo de China deveria ser agregado num mesmo espaço, sem contar que eu comecei com uma parceria que depois acabou virando participação especial. Aí resolvi falar sério no outro blog, um ataque repentino de adultices chatis e achei, não me pergunta porque, que eu não poderia mais escrever sobre o que eu quisesse: precisava de um fundinho sério. Claro que não funcionou e deixei para cá as historinhas bizarrinhas de China, as chalacinhas com os amigos mais do que especiais que fiz por lá e toda a sorte de crônicas e temas. Nada genial, mas ainda assim, tinha gente que gostava de ler (mesmo com o número cada vez mais decrescente de leitores e os poucos seguidores).

Quando comecei, há um ano, a me atucanar com o dilema de voltar-ou-não-voltar-eis-a-questão, a desenvolver psoríases, a surtar com as decisões que eu tava tomando... eu parei. Simplesmente parei. Não sabia mais o que pensar, muito menos o que escrever. Aos poucos fui deixando de lado, deixando de lado... A última vez que pintei por aqui, vim para falar da neta do Seu Antônio Coruja, no dia 29/7. Bom, agora de volta, estabilizada e com bem menos papel, volto para dizer que tou chegando, tou voltando. Despasito, despasito, como diriam os hispanohablantes. Vamos devagar, mas vamos. Até porque, nunca deixei de vir aqui, nunca deixei de pensar neste espaço e nunca deixei de querer que ele exista. Pipou, voltei. I promess.