30.1.07

Dia da saudade

Dia 30 de janeiro é dia da saudade. Pra mim, diz tudo. Hoje faz 14 anos que tenho que conviver com ela. E mais, me acostumar com o pior tipo de saudade: aquela que nunca mais vai ter um abraço pra terminar. Aquela em que a única solução é seguir em frente. Aquela definitiva. É uma saudade que nunca deixa de existir, mas que o tempo ajuda a consolar, a acomodar.

Há 14 anos sinto saudades do meu herói, do meu faixa. Há 14 anos que pra provar que sou parecida com ele, preciso mostrar uma foto (e fotos que não traduzem a grandeza daquele sorriso). Há 14 anos me falta um pedaço, que a vida tem compensado de outras formas, mas nunca, jamais, substituído.

Saudade, saudade. Saudade da infância, das brincadeiras juntos, de aprender a nadar no mar. Saudade da risada larga, do cabelo liso, da mancha branca nas costas. Saudade dos banhos na piscina de mil litros, de esperar chegar em casa com o caminhão e do abração que vinha logo depois que estacionava. Saudade de ir pescar em Mariluz e chorar quando ele ia limpar os peixes.

Saudade até do que não vivemos juntos. Das brigas que poderíamos ter tido por eu querer sair de noite na adolescência, dos parabéns não dados quando eu passei no vestibular e me formei na faculdade, dos pitacos que viriam quando comprei meu primeiro carro, do xingão que não veio a vez que ligaram avisando que um cheque meu voltou...

O bom da saudade, se é que se pode dizer isso, é saber que um dia ela vai acabar. E é por isso que eu tenho certeza que um dia a gente vai se encontrar de novo, pai.

5 comentários:

Anónimo disse...

me emocionei.

Anónimo disse...

que ano nesse dia eu fui lá?
iugo

Anónimo disse...

uh! sem palavras nega... sem palavras...

Anónimo disse...

Fiquei emocionada também!

Anónimo disse...

Taí, me fizeste ligar pro meu. Já.

Valeu, té mais que preciso fazer uma ligação.